Quem são os Pallbearers, os portadores de caixões que se tornaram memes?

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Quem são os Pallbearers, os portadores de caixões que se tornaram memes?
Quem são os Pallbearers, os portadores de caixões que se tornaram memes?

Tudo começou no Gana. Em dezembro de 1997 muitos conheceram a história, depois o jornal americano Washington Post ter escrito sobre o assunto e a importância dos rituais fúnebres que existem à volta de África.

Certamente já viste um meme em que quatro ou mais homens carregam um caixão, num funeral, mas de forma diferente, a dançar, ao som da música que mencionamos acima. Mas quem são essas pessoas e o que representam, além dos risos que causam e de terem viralizado na Internet?

Tudo começou no Gana. Em dezembro de 1997 muitos conheceram a história, depois o jornal americano Washington Post ter escrito sobre o assunto e a importância dos rituais fúnebres que existem à volta de África. Em particular no Gana, onde esses eventos são vistos como sociais criativos e coloridos destinados a celebrar a vida. Um nome importante ligado a essa realidade são os Pallbearers, os homens que carregam os caixões e que, no meio da pandemia e quarentena, os seus vídeos tornaram-se virais e popularizaram através de um meme que rapidamente tomou de assalto as diferentes redes sociais.

Estão por todo o lado. É fácil fazer uma pequena pesquisa tanto no Instagram, Facebook ou Whatsapp para encontrá-los. O meme consiste numa qualquer situação de algum perigo, que pode levar à morte, os Pallbearers entram em cena, carregam um caixão pelos ombros e dançam ao som de “Astronomia”.

Os Pallbearers são simplesmente aqueles que carregam os caixões durante os funerais.

No Gana, como em qualquer parte do mundo, a morte causa sempre tristeza e dor, sobretudo quando se é jovem. Mas, se morre alguém cuja vida teve a oportunidade de ser longa, a história é diferente. O funeral transforma-se numa espécie de celebração da vida. De acordo com uma entrevista de Emmanuel Agyeman da funerária EA Hearse Services & Funeral Agreement ao El País, são eles quem organizam a “festa”, por todo o país, quando a pessoa morre com 60 ou mais anos. A esperança média de vida naquele país está abaixo dos 63 anos.

@tora_tora81####♬ 棺桶ーロナウド – ロナウド

Apesar destes eventos considerados tradição existirem há alguns anos, só agora se tornaram populares, através do meme que entretanto ganhou dimensões internacionais devido a duas reportagens, ambas de 2017, da Associated Press e da BBC. As primeiras versões dos memes surgiram na rede social TikTok em finais de fevereiro, e só depois nas outras como o Instagram, onde tem ganho muita fama. Até existem páginas dedicadas ao meme.

Benjamin Aidoo é um Pallbearer desde 2007, e explica nas entrevistas que optou por adicionar coreografias e músicas mais alegres ao transporte dos caixões, bem como trajes coloridos. “No início, os portadores vestiam-se de negro nos enterros. Quando comecei, decidi adicionar algumas variantes: comprar os meus próprios fatos, os meus próprios sapatos… Além disso, estamos sempre a tentar melhorar as coreografias”, acrescentou ainda na reportagem da Associated Press, que esta é “uma decisão que pretende diferenciá-los perante a concorrência.” Apesar de toda a inovação inerente a este serviço – carregar o caixão enquanto se dança – não se sabe ao certo desde quando é que existe naquele país.

Segundo Emmanuel Agyeman, um serviço básico destes Pallbearers pode rondar os 140 euros — num país onde 25% da população vive abaixo do limiar da pobreza, há quem gaste até 15 mil euros para celebrar funerais. As cores que estes homens usam são escolhidas pela família – preto no caso de cerimónias mais sóbrias, branco ou vermelho para festas – e há ainda a possibilidade de contratar figurantes para dançar ou chorar.

Tendo em conta a pandemia de Covid-19, esta é uma realidade que agora pode estar temporariamente comprometida, uma vez que o Presidente do Gana suspendeu todas as reuniões públicas em meados de março, para conter a propagação do novo coronavírus. Os enterros no país estão restritos e limitados a um máximo de 25 pessoas.

Abaixo podes ver a entrevista acerca dos Pallbearers.

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